Queridos filhos e filhas,
O Natal do Senhor é muito mais do que a memória de um fato distante no tempo. É o mistério de um Deus que escolhe nascer pequeno, frágil e dependente, para nos ensinar que a salvação não vem pela força, mas pelo amor que se deixa acolher. Celebrar o Natal é permitir que esse acontecimento atravesse a nossa história pessoal e alcance o chão concreto da nossa vida, com suas alegrias e feridas, esperanças e cansaços.
Pensar, falar, rezar e viver o Natal é tornar atual, hoje, a manjedoura de Belém. É reconhecer que o Filho de Deus continua pedindo espaço, não em palácios, mas nos corações disponíveis; não em cenários perfeitos, mas nas realidades marcadas pela simplicidade, pela dor e pela necessidade. O Natal não pode ser apenas um intervalo bonito no fim do ano, cheio de luzes e emoções passageiras, mas um chamado permanente à conversão do coração e ao compromisso com a vida.
Ao longo deste ano, quantas vezes o Menino Jesus passou por nós disfarçado no rosto de alguém? No pobre esquecido, no doente solitário, na criança que precisa de cuidado, no idoso que espera atenção, no irmão ferido pela exclusão ou pela indiferença. Cada gesto de acolhida, cada palavra de consolo, cada atitude de misericórdia foi, talvez sem percebermos, um novo presépio preparado para Cristo nascer.
Natal vivido de verdade é quando não fechamos o coração diante da fragilidade do outro. É quando, mesmo conscientes de que não podemos mudar o mundo inteiro, escolhemos fazer a diferença na vida de alguém. Assim, repetimos os passos de Maria e José, que, entre dificuldades e incertezas, não desistiram de procurar um lugar onde a Vida pudesse nascer com dignidade.
Queridos filhos e filhas da amada Diocese de Coxipó, desejo que este Natal seja celebrado no mais profundo do coração de cada um de vocês. Que o nascimento do Senhor continue ecoando em 2025, especialmente nos lugares onde a vida é mais vulnerável e onde a esperança parece pequena. Ali, Cristo deseja nascer novamente por meio de nós.

